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Segurança, Defesa e Geopolítica

Conheça o Centro de Influências Malignas Estrangeiras, a nova agência dos EUA contra desinformação.

Por DefconBR, 14 de maio de 2023.

A desinformação vem rapidamente galgando posições nas avaliações risco dos governos de todo mundo. Antes posicionada apenas como um item localizado na caixa do setor de operações dos organogramas das agências de inteligência, a desinformação tornou-se questão de segurança nacional quando foi turbinada pelo combustível de alta octanagem das redes sociais.

O governo dos Estados Unidos acaba de criar um centro específico para combater a desinformação. O Centro de Influências Malignas Estrangeiras, Foreign Malign Influence Center – FMIC na sigla em inglês, foi autorizado pelo Congresso americano em setembro de 2022 e iniciou suas atividades, sem alarde, agora no dia 13 este mês de Maio.

Subordinado ao Gabinete do Diretor Nacional de Inteligência, o FMIC está organizado em cima de três pilares: Integração Analítica, Gestão de Missões e Envolvimento de Parceiros. O FMIC deve subsidiar o Conselho Nacional de Informações e o Conselho Nacional de Gestão de Informações trabalhando com as unidades de combate a desinformação das demais agências de inteligência. Na prática, o FMIC será responsável por analisar e integrar toda a inteligência produzida e quaisquer outros relatórios relacionados a tentativas de influência estrangeira considerados negativas, inclusive a segurança eleitoral.

MISSÃO: Combater as ameaças à democracia e aos interesses nacionais dos EUA provenientes de atores estrangeiros com influência maligna, integrando análises, gerindo a missão de informação, fomentando parcerias e fornecendo indicações e avisos sobre a influência maligna estrangeira.

A influência externa sobre as eleições norte-americanas é a principal e maior preocupação dos congressistas e analistas nesse aspecto. É consenso entre eles que ocorreram tentativas externas de influenciar as eleições presidenciais nos últimos dois pleitos através de operações secretas com a Rússia ocupando lugar central nesse quesito, mas aí incluindo também China e Irã, entre outros. O Diretor do FMIC é o ex-analista da CIA, Jeffrey K. Witchman, que também ocupa a função de Executivo e Ameaças Eleitorais do Gabinete do Diretor Nacional de Inteligência.

Como sempre, porém, o debate também é sobre quanto este novo centro vai custar ao orçamento, a quem deveria estar melhor subordinado e qual o tamanho e alcance dessa estrutura. Alguns analistas vêem sobreposição de atribuições com outras agências já que, desde 2017, o FBI havia estabelecido uma Força-Tarefa contra Influências Externas, por exemplo. E congressistas se preocupam com a eficiência de mais uma estrutura burocrática da qual não se tem o alcance dimensionado e que concorreria com as demais existentes em outras agências.