DEFCONBR.NET

Segurança, Defesa e Geopolítica

O Incêndio do Reichstag: Como o povo alemão sucumbiu nas mãos de Adolf Hitler

O Reichstag em 1900

Por Redação DefconBR, em 15 de janeiro de 2023.

Há pouco menos de 30 dias no cargo de Chanceler da Alemanha, Adolf Hitler conduziu uma das mais notórias operações de bandeira falsa da história: o incêndio do Reichstag, o evento que impeliu o povo alemão ao caminho sem volta da aceitação da escalada das barbáries nazistas.

Na noite de 27 de fevereiro de 1933, incendiou-se o Reichstag, o imponente palácio construído pelo Kaiser Guilherme para o parlamento alemão. O incêndio de grandes proporções, que incluiu uma explosão na Câmara dos Deputados, foi atribuído pela polícia a Marinus van der Lubbe, um conhecido militante do partido comunista preso no local.

A comoção nacional propiciou aos dirigentes nazistas a possibilidade de pressionar o presidente do Reich, Paul von Hindenburg, a assinar o Decreto do Incêndio do Reichstag, que cancelava a maior parte das liberdades civis então vigentes na Alemanha, abrindo caminho para a eliminação dos adversários políticos do partido nazista. O partido comunista alemão era, então, notadamente o maior competidor pelo apoio da massa trabalhadora alemã e à assinatura do Decreto seguiram-se a prisão de seus líderes e o impedimento dos Deputados comunistas de assumirem suas cadeiras na legislatura que se iniciava. Simpatizantes foram presos às centenas pelas Sturmabteilung, ou SA como era conhecida a força paramilitar do Partido Nazista e levados para prisões provisórias. Com o apoio de partidos populistas e o suborno de outros, Adolf Hitler conseguiu a maioria necessária para aprovar a Lei de Plenos Poderes, que suprimia a liberdade de expressão, de opinião, de reunião, de imprensa e do sigilo das comunicações, com a qual o nazista conseguiu dominar a Alemanha, as Forças Armadas e conduzir o país a ser o responsável pela eclosão da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto Judeu.

Em 2019 um depoimento juramentado de um ex-dirigente das SA, Hans-Martin Lennings, datado de 1955 e descoberto nos arquivos de um tribunal de Hannover, afirmava que foram as SA que levaram Marinus ao Reichstag e que lá chegando, o prédio já possuía vários focos de incêndio.

Marinus foi condenado à morte e decapitado em 1934. A história se manteve controversa desde o fim da II Guerra Mundial e o governo da Alemanha acabou por perdoá-lo postumamente no ano de 2008, o que constata o longo e penoso caminho do povo alemão para reparar as injustiças levianas da geração que viveu o alvorecer do século XX.

Este livro, profundamente documentado, percorre a história recente das operações organizadas por Estados, serviços secretos e lobbies, com um único intuito: manipular certos acontecimentos a favor de interesses escusos. Leia grátis no Kindle Unlimited.
O Incêndio do Reichstag foi o evento que possibilitou Adolf Hitler declarar estado de emergência na Alemanha e cobrar do Presidente HIndenburg a edição do decreto suspendendo a maioria dos direitos humanos consagrados pela Constituição de 1919. Leia grátis no Kindle Unlimited.