Atentados Covardes: Contendo Ataques nas Escolas Brasileiras
Por Redação DefconBR, 28 de abril de 2023.
Foto de Capa: Georgetown County Sheriff’s Office.
Uma onda de notícias sobre possíveis ataques a escolas se espalhou pelo país após o atentado à machadinha ocorrido na escola em Blumenau, que deixou quatro crianças mortas e cinco feridas no mês de abril. Imediatamente surgiram, naturalmente, projetos de lei, ações de inteligência e grupos de trabalho para a prevenção deste tipo de tragédia, além de denúncias quanto a organizações virtuais que tinham o intento de perpetrar mais atentados em outras escolas pelo país.
Escolas são alvos preferenciais desse tipo de ação por alguns motivos. Talvez, o principal deles seja a ausência, psicológicamente justificável no que diz respeito aos pais e professores, de consciência situacional da possibilidade de que eventos de violência extrema possam ocorrer em um ambiente que, por definição, é de acolhimento, concórdia e construção de saberes e cidadania.
Para Vinícius Cavalcante, consultor em segurança, especialista em Segurança Física de Instalações e Diretor da ABSEG, Associação Brasileira de Profissionais de Segurança (http://www.abseg.org.br), há uma série de ideias recorrentes que se repetem, como a de que “isso é coisa que não acontece no Brasil”, esquecendo os exemplos sucessivos que não há substituto para a prevenção.
Episódios
Não faltam relatos de episódios de insegurança em estabelecimentos de ensino. Em março de 1998, a Universidade Estácio de Sá (RJ) sofreu a invasão de suas instalações e o roubo, por parte de onze homens armados – que renderam apenas quatro vigilantes desarmados, de 29 computadores numa ação que durou mais de uma hora. Em janeiro de 2006, um ladrão armado entrou em uma das salas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, rendeu um professor e um aluno que foram agredidos pelo criminoso. O episódio esquentou o debate sobre o livre acesso aos campi e sobre o conceito de universidade aberta à comunidade, mas não levou em conta o desmantelamento do corpo orgânico de segurança que a UFRJ possuía em anos passados. Em 2011, 12 crianças foram mortas à tiros por um covarde ex-aluno na Escola Municipal Tasso da Silveira, o bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio. O covarde ex-aluno foi neutralizado por um policial militar que fazia patrulhamento nos arredores e foi acionado por uma das crianças que escapou correndo pelos corredores.
Capacitação
Mesmo adotando as medidas adequadas de segurança, qualquer local pode ser alvo de um criminoso, seja forçando sua entrada mediante uso de violência ou se infiltrando no ambiente de forma disfarçada. Nesses casos específicos, os profissionais da de educação, segurança e administrativos devem estar capacitados a enfrentar a situação de crise em seus diversos níveis. Isso se dá a partir do estabelecimento de procedimentos que devem ser observados em situações de emergência com violência, como acionamento de alarmes, trancamento de portas e ambientes vulneráveis, atuação da segurança orgânica do estabelecimento e acionamento de forças policiais.
Mesmo o policial que atende à ocorrência em primeiro lugar tem de estar capacitado para agir de acordo com a gravidade da situação. Os procedimentos para o primeiro atendimento a uma ocorrência em um cenário com múltiplos ambientes, inúmeros alvos compostos primordialmente de crianças e jovens, e um ofensor que pode se passar ou ser confundido com um integrante do corpo de funcionários da escola ou mesmo com um aluno, exige capacitação e treinamento.
Nos casos de atentados com uso de arma de fogo, os conhecimentos do chamado Tiro de Combate e Combate Aproximado em Edificações, com as técnicas de deslocamento em corredores e múltiplos ambientes são conhecimentos basilares que um profissional de segurança deve adquirir para a eventualidade de uma ação desta gravidade.
Serviço
No Brasil a TEES BRAZIL, empresa de treinamentos policiais sediada no Paraná, realiza no mês de maio uma clínica voltada para as situações de violência extrema em estabelecimentos escolares, abordando os procedimentos a serem repassados para diretores, professores e alunos no caso de Atirador Ativo, procedimentos para o primeiro atendente em cenários de atirador ativo, Revisão de fundamentos de tiro de combate, Combate aproximado em Edificações solo e em dupla, deslocamento em corredores e cenários de atirador com foco em neutralização de ameaça (aqui).
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