Um ano de conflito na Ucrânia: a escalada para uma guerra mundial?
Envio de armas, mobilização russa, apoio chinês a e Conferência de Munique podem escalar o conflito para além das fronteiras da Ucrânia.
O concerto dos últimos acontecimentos no cenário global pode conduzir os principais atores geopolíticos da atualidade a um conflito mundial.
A visita de Volodymyr Zelensky aos Estados Unidos em dezembro e a inédita visita de Joe Biden à Ucrânia em meados de fevereiro reforçam o compromisso do ocidente em apoiar o país contra a agressão russa. Na esteira desses contatos, países europeus como Alemanha, Noruega, França e Espanha reforçaram o compromisso de envio de blindados Leopard 1 e 2, e veículos de transporte de tropas Marder.
A Rússia, por seu lado, tem deficiências em armamento de alto nível, mas instalou uma economia de Guerra para atender suas necessidades básicas. As fábricas de munição estão a toda e ela vai juntar uma quantidade sem precedentes de artilharia aos 200 mil homens que está enviando para as frentes na Ucrânia. Até mesmo o dono do grupo Wagner, que recentemente deu uma entrevista reclamando de falta de munição para seus contratados, já recebeu os meios de material pedidos.
Enquanto o ocidente reforça o apoio à Ucrânia, a China – que até então vinha mantendo uma posição de cuidadosa neutralidade, anunciou a visita de seu mais graduado diplomata, Wang Yi, a Moscou para estreitar relações entre os dois países. Segundo o Wall Street Journal, há informações suficientes para considerar que a China pretende iniciar o fornecimento de armas para a Rússia. O movimento de aproximação chinês ocorre ao mesmo tempo em que os Estados Unidos anunciam a ampliação da quantidade de tropas em Taiwan para fins de treinamento militar contra a ameaça chinesa.
O conflito na Ucrânia completa um ano marcado pelo fracasso da Conferência de Munique – versão 2023, em encaminhar uma solução para o conflito. A Vice-Presidente Kamala Harris acusou a Rússia de crimes contra a humanidade e a Ministra de Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou o óbvio: que a Rússia deve para de atacar para a guerra acabar. O Diplomata chinês Wang Yi anunciou, sem entrar em detalhes, uma proposta de paz a ser entregue nas próximas semanas. Mas a pressão sobre o trio Rússia-Irã-China tende mais a escalar que arrefecer as tensões mundiais.